segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Jesus Christ Vampire Hunter (2001)

Edição tosca, diálogos sem sentido, fotografia granulada, câmera tremida e ausência de efeitos especiais. Nos velhos tempos do cinema barato ("B" maiúsculo meu chapa!), estes eram os ingredientes padrão. Na paisagem barulhenta de hoje, com as câmeras digitais, vídeoclips, iPods, iPads e 3D de Alta Definição, esses componentes "B" praticamente deixaram de existir.

As facilidades tecnológicas de se fazer cinema permitem ao mais desleixado cineasta manter sempre o "foco". É por isso que eu tenho de felicitar o diretor Lee Demarbre por não tomar o caminho mais fácil. Na verdade, ele revive muitos destas artes perdidas para dar a Jesus Cristo Vampire Hunter a assinatura de um clássico filme B, dos dias passados.

Nas ruas de Ottawa, no Canadá, inocentes lésbicas estão sendo seqüestradas por uma força do mal para transformá-las em vampiros. Os padres locais decidem se envolver e resolvem que a melhor solução é chamar Jesus! (Phil Caracas).


Não, eles não fazem uma oração ou coisa do tipo. Os padres saem de moto e vão até uma praia próxima encontrar Jesus Cristo em pessoa! Mas este Jesus Cristo é um pouco diferente do homem de sandálias barbudo que lembramos de nossa época de escola dominical.


Este Jesus usa tênis Adidas, brincos e é um mestre nas artes marciais. Sendo um homem de amor e compaixão Jesus concorda em chutar uns traseiros para salvar as pobres lésbicas dos vampiros...

Buscando se ajustar, Jesus recebe um corte de cabelo, faz a barba e até mesmo coloca um ou dois piercings.

Renovado, ele sai a cantar nas ruas da cidade, e como por "milagre" é acompanhado por uma multidão, num grande número de dança coreografada! Mas é claro que Jesus ainda consegue nesse meio tempo andar de skate e curar um aleijado.

Mas ser o salvador não é só fama e felicidade e Jesus é rapidamente pego de suspresa por uma gangue de ateus itinerante. Em uma excelente paródia aos filmes de kung-fu (e eu não estou falando de The Matrix aqui), Jesus diz frente ao bando: "Vamos continuar com as conversões" e começa a chutar alguns traseiros não-crentes, numa luta de proporções épicas.


Nem o Bruce Lee bateu em tanta gente de uma só vez! Rs

Felizmente, os inúmeros defeitos do filme alimentam a comédia intencional. Há uma enorme quantidade de piadas, umas boas, outras ruins e sacrilégios também.

Na pior das hipóteses o filme é um jogo inteligente de criatividade, como quando "Deus" fala a seu filho através de uma taça de sorvete! A ajudante de Jesus é Maria Magnum, uma linda canadense que usa um (inadequado?) macacão super colado ao corpo.

Surpreendentemente, o filme nunca retrata a igreja como hostil à lésbicas. De fato, a maioria das lésbicas são retratadas como fiéis. Parece estranho, já que em grande medida, as religiões cristãs são contra as lésbicas (homossexualismo). Mas uma das principais mensagens do filme é que não devemos julgar as pessoas, e sim amá-las. As doses extremas de humor do filme não suplantam os ensinamentos de Cristo sobre amor e tolerância.

E não me perguntem o que o famoso lutador mexicano "Santos" está fazendo aqui! Rs


SOBRE O DVD: o filme nunca chegou aos cinemas do Brasil e nem foi lançado em DVD. Isso já diz tudo sobre o apelo comercial do filme. Mas para quem curte o cinema independente e autoral esse é um filme no mínimo interessante. Vale a pena assistir. Importei ele da espanha e por sorte conta com legendas em português de portugal. Quem não achar pode entrar em contato (rub.records@yahoo.com.br)

Jesus Christ Vampire Hunter (Trailer)