segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A morte nos sonhos (Dreamscape, EUA, 1984)


Apesar do cartaz "tipo Indiana Jones", Dreamscape não é um filme de aventura para a garotada. Trata-se de filme adulto, muito mais sci-fi, e funciona como um thriller. De fato, quem já viu o "Morte nos sonhos", vai perceber que ele foi o precursor de filmes como: A Hora do Pesadelo 3, Guerreiros dos sonhos de 1987; Alucinações do Passado de 1990; A Cela de 2000, e mais recentemente A Origem (2010), de Christopher Nolan.


Além de ter uma história intrigante, o filme funciona muito bem graças ao elenco de primeira.


Max von Sydow é sempre excelente e confere por si só, um peso de seriedade ao enredo. Christopher Plummer consegue criar uma atmosfera de maldade excepcionalmente "real" fora dos sonhos.


David Patrick Kelly assusta a parte "irreal" com o perturbado Tommy Ray, o manipulador dos sonhos.


Um jovem Dennis Quaid inspirado injeta alívio cômico ao clima opressivo do filme.


Na história, Alex Gardner (Dennis Quaid), é um homem com poderes telepáticos que tem a capacidade de entrar e alterar sonhos de outras pessoas.


Ele é contratado por uma agência governamental, chefiada pelo Doutor Paul Novotny (Max von Sydow) para ajudar a curar pesadelos que assombram a mente dos doentes de uma instituição psiquiátrica.


O que ninguém sabe, é que na realidade, tudo não passa de testes para comprovar a viabilidade da manipulação da mente do próprio Presidente dos Estados Unidos!


O diretor Joseph Ruben confere ao filme uma série de conceitos inovadores como por exemplo, uma máquina que interliga os cérebros dos sonhadores, a manipulação dos sonhos e a possibilidade da cura de doenças psiquiátricas pela análise/alteração de sonhos.


O diretor une todos esses elementos coerentemente dando forma a uma obscura conspiração.


Joseph Ruben freqüentemente nos brinda com seqüências intrigantes de sonhos, muitas vezes com toques sutis.


É preciso observar, por exemplo, as diferentes cores, ao entrar nos sonhos de pessoas diferentes.


Para o trabalhador da construção civil, cujo problema psiquiátrico é relativamente pequeno, a entrada é azul.


Para a criança perturbada com pesadelos, existe um complexo e intermitente jogo de cores.


Para Jane, que está dando o ombro a Alex a cor é um gélido branco-prateado.


Embora o filme tenha contado com um baixo orçamento e os efeitos sejam relativamente primitivos, acredito que o visual ainda hoje funciona bem.


As seqüências de pesadelos Pós-nucleares do Presidente são muito interessantes.


E o homem-cobra que aterroriza os sonhos de um menino ainda conseguem causar arrepios.


Particularmente, o aspectos mais surreais e terríveis dos sonhos são retratados de forma bem criativa.


Outra coisa interessante é a trilha sonora eletrônica de Maurice Jarre. Os produtores queriam uma trilha orquestrada, mas Jarre insistiu nos temas eletrônicos, porque achou que tinha mais a ver com o tema. E ele estava certo!


Joseph Ruben recebeu um Golden Raven Award (Brussels International Festival of Fantasy Film) em 1985. Foi ainda nomeado para o Grand Prize (Avoriaz Fantastic Film Festival) e um Saturn Award, para a Categoria de "Best Horror Film" (Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films, USA).




SOBRE O DVD: o filme  foi lançado recentemente em DVD aqui no Brasil. A edição da CULT CLASSIC é bastante simples, contando apenas com uma galeria de fotos como extra. Para quem nunca viu vale a pena assistir. O DVD importado que consegui conta com legendas em português e alguns extras legais (cenas extras, testes de como foram feitos os efeitos do mostro-cobra). Quem não achar pode entrar em contato (rub.records@yahoo.com.br)


TRAILER